.reflexões, pensamentos, bobagens, músicas, poemas, críticas, elogios, referências, indicações, merchans, comentários, crônicas, artigos, estudos, projetos, achismos e quiproquós.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

São João de João Pessoa - Na mão da tradição

Há uns dias atrás eu postei sobre a programação modernosa do São João de Caruaru, que me surpreendeu. No mesmo post, comentei sobre uma festa particular aqui de João Pessoa, a "São João Pessoa", que acontece na casa de Shows Forrock e tem como uma das principais atrações (é sério, é a foto do outdoor) a banda baiana Rebolation. É, não me confundi não, é que no outdoor o nome da música está tão em destaque que parece mais ser o nome da atração. Ironias à parte, a banda é a Parangolé. Pois bem, como se critica também se elogia e foi isso que vim fazer aqui hoje. A programação do singelo (digo singelo em proporção e divulgação midiática, não em qualidade) São João da cidade de João Pessoa, que tem como tema: "São João em João Pessoa - o melhor da gente", trará atrações musicais e uma programação extra palco muito boa, valorizando os ritmos juninos e realçando as tradições culturais nordestinas. Dentre as atrações principais de cada noite estão Elba Ramalho, Dominguinhos, Santana, Siba, Geraldo Azevedo, Flávio José e Fagner. Além de festival de quadrilhas e outros folguedos populares. Para ver a programação completa do São João da cidade de João Pessoa que acontecerá de 11 a 29 de junho no centro histórico da cidade, clique aqui.
Quero reafirmar minha opinião sobre a mistura de estilos musicais em datas específicas. Como músico e compositor não tenho nada contra nenhum estilo musical, acredito que qualquer manifestação musical é digna de ser apreciada ou, do contrário, não existiriam. Se existem, é porque tem quem goste. E se tem quem goste, há de ser respeitado. O problema é que, nossa cultura regional já é tão resumida aos festejos de época (frevo no carnaval, forró de raiz no São João) que não acho justo que nessas épocas os estilos que tocam e faturam o ano todo com shows e execuções na mídia sufoquem quem já é tão sufocado. Se essa música de raiz tivesse espaço o ano todo nas festas e na mídia não haveria nada a ser dito, não existira discussão sobre o assunto, mas a verdade passa muito longe disso. Temos que lutar e exaltar iniciativas que visam resgatar e reafirmar as nossas raízes para que não percamos nossos valores e nunca nos esqueçamos de onde viemos. E nós, nordestinos, viemos do mesmo lugar de onde vem o xaxado e o baião - como diria Gil - : debaixo do barro do chão.

Nenhum comentário:

Postar um comentário