O som recauchutado do Trash Pour 4

Colocar os pés em terreno minado. É o risco que corre um grupo que se propõe a apresentar um trabalho musical que se vale de regravações. Imaginem, se os artistas que trabalham com músicas inéditas já sofrem críticas por causa de influências óbvias, o que não dizem sobre os que se valem de grandes sucessos alheios? Bom, o que dá pra fazer quando se quer correr esse risco? Usar muita, mas muita criatividade mesmo. Fazer releituras que transformem as músicas em quase outras. Existem vários grupos que fazem isso muito bem. Esse grupo que venho mostrar é um deles. Olha que quando meu amigo Katriano Moraes me mandou as primeiras músicas deles que ouvi ainda hesitei em gostar por achar que não tinha muita novidade, mas é realmente bem legal. É o quarteto do TP4, Trash Pour 4, formado pela vocalista Natália Mallo, a baterista Mariá Portugal, o tecladista Dudu Tsuda e o bandolinista, violonista e guitarrista Gustavo Ruiz. Clique aqui para baixar o CD Super Duper do TP4. É muito legalzinho, passeia por vários sucessos de uma maneira bem peculiar, bem deles. Falo isso porque tem gente que não faz isso. Vou agora realçar a fama de caranguejo que têm os artistas pernambucanos, que - dizem por aí - se comportam como caranguejos num balde, quando um tenta subir os que estão embaixo agarram e puxam pra baixo, hehehe. Mas não sou assim não, palavra de pernambucano, hahaha. Pois é, estou falando da Nós 4, de Recife. Mas vejam, não tô sozinho nessa não. Eles foram ano passado tocar lá em Petrolina (minha cidade) e não agradaram muito. Não é pra menos, é muito chato. Não inventam muito e, quando inventam, chegam no máximo à uma versão pop-óbvia (eu e meus amigos já tocávamos "Anunciação" e "Eu só quero um xodó" em ritmo pop faz muito tempo). Só pra ficar claro, estou falando desse Nós 4 aqui e não do maravilhoso Nós Quatro lançado pela Biscoito Fino, que é super ótimo. Se vocês forem no myspace da Nós 4 vão ver que agora, e só agora, eles estão investindo num som próprio e bem mais legal (bem longe das versões enfadonhas de sempre), mas ainda predomina lá o lugar-comum do qual falei. Espero que, sabiamente, eles saibam aproveitar o sucesso que lhes veio para mostrar algo novo e bonito. Quem quiser ouvir os dois ou os três para formar opinião aí estão todos os links no texto, abraços sonoros!