Agressão na UFPB - Delegada sai do caso

Claro que a situação do que aconteceu com Kadija não iria estacionar na análise da primeira delegada que atendeu a ocorrência, a Srª Juvanira Holanda. O Procurador Federal Duciran Farena disse que se tratou sim, de um caso de discriminação racial. E ainda disse que a Srª delegada não estava por dentro da lei que diz que ofender alguém com um termo como negro safado ou negra-cão, como no caso, está sim na lei. O Ministério Público Federal pediu oficialmente o afastamento da delegada do caso, mas, o mesmo já havia sido repassado pela própria delegada para a Delegacia da Mulher, que tem à frente a delegada Renata Matias. Renata, muito sensata, disse que vai chamar novamente as testemunhas e as partes para deporem e, após isso, chegar a um julgamento mais preciso. Já surgiram novas versões do ocorrido, inclusive tentando colocar a culpa inicial da confusão em Kadija. Mas, na minha opinião, nada justifica a agressão sofrida por ela. Até mesmo porque várias amigas minhas confirmaram que o rapaz em questão é mesmo bem saidinho e enxerido. O nome dele é Wagner e, na versão dele, diz que foi o maior prejudicado na história, pois perdeu o emprego por justa causa e vai ter que responder a um processo policial. Não sei o que ele queria. É bom que ele esteja ciente de que agora com o caso nas mãos da delegada Renata Matias da Delegacia da Mulher, o caso pode se tornar ainda mais grave para ele. E se ele estava na faculdade para trabalhar vendendo cartão de crédito não deveria dar motivos para ser demitido. Nada mais justo. Graças à notoriedade que o caso ganhou já dá pra ter certeza de que não acabar em impunidade. Nós temos que ter consciência do mundo em que vivemos, cheio de discriminações enrustidas e, mesmo que estejam somente dentro da cabeça das pessoas, pairam vergonhosamente sobre as nossas vidas. É preciso mais investimento em educação e mais conscientização em torno da realidade que nos rodeia, não dá pra fazer de conta que não estamos vendo nada.