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segunda-feira, 5 de abril de 2010

Menino Deus x Sagrada Família

Acompanhei os últimos dois anos da Paixão de Cristo aqui em João Pessoa. O desse ano, intitulado “A Paixão da Sagrada Família”, aconteceu nos dias 2, 3 e 4 de abril, fomos assisti-lo ontem, no último dia, a última apresentação. Pois bem, nem de longe sou especialista em teatro, mas, dando a opinião artística genérica, posso dizer sem medo, o do ano passado foi deveras melhor. Ambos tiveram trilha sonora ao vivo e, nesse quesito, há de se parabenizar os dois anos. Ano passado, sob a criação e regência do talentosíssimo maestro Eli-Eri Moura, a “Paixão do Menino Deus” foi pontuada com ótimas trilhas, vinhetas e músicas. Esse ano a “maestria” ficou por conta de um excelente ex-aluno de Eli-Eri Moura, o jovem professor Marcílio Onofre, também fruto do curso de música da UFPB. A única reclamação nesse âmbito é em relação à difusão do som. Ano passado o espaço era maior e o som era verdadeiramente ambiente e bem equalizado. Esse ano pareceu-me não haver uma pessoa especialmente focada na sonorização (não estou falando da equipe de som), alguém com feeling para o tipo de som que deve chegar ao público nesse tipo de evento. Digo isso porque o som do pedal da bateria parecia de trio elétrico e alguns instrumentos (como o trompete) estavam muito altos. Em algumas músicas não dava pra entender absolutamente nada da letra que era cantada. Mas parabenizo irrefutavelmente o maestro Marcílio Onofre, a sua parte foi impecável. Voltando para parte cênica, espero não ser mal interpretado, mas parecia um grupo teatral amador super patrocinado. Interpretações muito, mas muito caricatas mesmo, algumas vezes quase histriônicas. Ano passado foi bem diferente, sob a direção de Tarcísio Pereira os atores deram um verdadeiro show. Além de que, Tarcísio trouxe a Paixão para dentro de uma realidade conhecida por nós brasileiros. A Paixão de Antônio Deol trouxe uma realidade muito distante, parecia pretender ser oriental, mas uma “anja” do espetáculo falava de um jeito que lembrava o portunhol, hehehe. Não foi à toa que Dôra Limeira, ontem disse algo do tipo: “Tem que deixar a cabeça bem aberta para entender essa montagem”. Soa como uma preparação para surpresas talvez não tão legais. Bom, tomara que ano que vem seja melhor inclusive do que o ano passado, quiçá pelas mãos do Tarcísio novamente. Parabéns a todos pelo esforço e pela inovação, pela qual, às vezes, tem que se pagar um preço.

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